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Considerado a principal causa de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma faz 2,4 milhões de novas vítimas anualmente no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em grande parte dos casos, a doença não apresenta sintomas característicos, o que pode levar a um diagnóstico tardio. A evolução do problema causa danos graves à visão e a melhor opção para combatê-lo é por meio da avaliação preventiva do oftalmologista.

Se identificado logo no início, o glaucoma pode ser tratado com medicamentos que irão diminuir a pressão intraocular. Mas em pacientes que já perderam parte da visão, a medicação pode não surtir os efeitos desejados. Dessa maneira, a cirurgia de glaucoma é a única alternativa e, apesar de ser uma medida mais extrema, é capaz de amenizar a evolução do quadro.

Nesse artigo, vamos abordar a cirurgia de glaucoma de maneira mais detalhada para que não sobrem dúvidas com relação ao procedimento.

Acompanhe!

Afinal, o que é glaucoma?

Antes de nos aprofundarmos na cirurgia de glaucoma, é importante entender o que é essa doença. O glaucoma é caracterizado por uma alteração no nervo óptico, ocasionando danos às fibras nervosas e levando à perda de campo visual.

A lesão, geralmente, é causada pelo aumento da pressão ocular ou por um fluxo sanguíneo irregular e deficiente na cabeça do nervo óptico. A elevação da pressão intra-ocular ocorre devido ao aumento ou deficiência da drenagem do humor aquoso, um líquido produzido na parte anterior do olho.

Por que realizar a cirurgia de glaucoma?

Em primeiro lugar, é importante frisar que a cirurgia de glaucoma não recupera a visão perdida, já que os danos no nervo óptico são irreversíveis. O procedimento visa, portanto, apenas impedir a evolução da doença, possuindo caráter profilático, e não corretivo.

A cirurgia de glaucoma é indicada para pacientes em que o tratamento com colírios e outros medicamentos não é suficiente para tratar o glaucoma de maneira satisfatória. Trata-se de um procedimento que possui o objetivo de melhorar o escoamento do humor aquoso e diminuir a pressão intraocular. Em casos mais graves, é necessário implantar tubos de drenagem no paciente para amenizar a pressão o mais rápido possível.

Quando bem realizada, a cirurgia de glaucoma ajuda a manter a boa visão do paciente, ainda que de maneira parcial, evitando a cegueira permanente e aumentando a qualidade de vida de quem realiza o procedimento.

Como a cirurgia é realizada?

Os procedimentos cirúrgicos na área evoluíram muito nas últimas décadas e, atualmente, existem quatro tipos de cirurgia de glaucoma capazes de amenizar o problema. Lembramos que é importante passar por uma avaliação médica detalhada para saber qual é o método mais recomendado para cada caso.

Trabeculoplastia

Uma das técnicas mais modernas, a trabeculoplastia é um procedimento a laser em que o trabeculado de escoamento do aquoso é trabalhado para melhorar a drenagem do mesmo , diminuindo a pressão ocular .

Esse tipo de cirurgia traz poucos efeitos colaterais ao paciente e os resultados podem ser notados de 1 a 3 meses após a realização do procedimento.

Mesmo após a cirurgia, em alguns casos, é indicado o uso contínuo de medicamentos que irão auxiliar na melhora do quadro clínico.

Trabeculectomia

A trabeculectomia é indicada para pacientes que estão em estágios mais avançados da doença. É uma técnica que consiste na abertura de um pequeno orifício ou fístula que funcionará como via alternativa, pela qual o humor aquoso será drenado.

A cirurgia é realizada com anestesia local e o tempo da operação costuma levar de 40 minutos a uma hora.

Implante de tubos de drenagem

Em pacientes que não obtiveram sucesso com a trabeculoplastia ou trabeculectomia, uma outra alternativa é o implante de tubos de drenagem no olho do paciente. O tubo funciona como uma derivação que leva o líquido intraocular parado espaço subconjuntival.

Uma válvula localizada no interior do tubo é responsável por realizar a drenagem, diminuindo, significativamente, a pressão intraocular.

Uma revolução no tratamento do glaucoma com o desenvolvimento do iStent®, a cirurgia minimamente invasiva para glaucoma (MIGS) tornou-se a abordagem preferida para o tratamento do glaucoma por muitos oftalmologistas e seus pacientes.

Realizada no mesmo momento da cirurgia de catarata ou como um procedimento isolado, a colocação do iStent® tem comprovada eficácia na redução da pressão intraocular, com um excelente perfil de segurança, poucas complicações e menor tempo de recuperação.

A cirurgia de glaucoma oferece riscos?

Com o avanço da medicina, os riscos da cirurgia de glaucoma se tornaram mínimos e, hoje, o sucesso da operação é obtido em quase 100% dos casos. Em casos extremamente raros, o paciente pode apresentar complicações que comprometem o resultado da cirurgia.

Porém, o maior risco é de que a cirurgia não ofereça uma solução definitiva e, após algum tempo, podemos observar falência do procedimento . Nesses casos, se os medicamentos não forem capazes de manter o quadro estável, o mais recomendado é que o paciente se submeta a uma nova cirurgia.

Qual é o tempo de recuperação?

Por mais que os resultados definitivos possam demorar meses para aparecer, a cirurgia de glaucoma oferece um tempo de recuperação que pode acontecer em apenas alguns dias ou semanas.

O procedimento raramente requer internação clínica e, após a operação, o paciente já pode retornar para casa. No entanto, é preciso seguir alguns cuidados específicos para que não haja nenhum tipo de complicação no pós-operatório. As principais recomendações são:

  • Ficar de repouso na primeira semana
  • Manter uma dieta saudável e equilibrada
  • Evitar passar a mão na região do olho
  • Evitar locais com muita claridade
  • Usar criteriosamente os medicamentos recomendados pelo médico após a cirurgia

A importância da consulta médica

Pessoas com mais de 45 anos ou que apresentam problemas de visão devem se consultar regularmente com um oftalmologista para que o glaucoma possa ser identificado o quanto antes.

Somente um profissional especializado na área será capaz de realizar um diagnóstico preciso e indicar o tratamento mais adequado para cada caso. Jamais se automedique e nunca substitua uma consulta médica por “soluções” que você encontrou na internet.

O glaucoma é uma doença séria que, como vimos, pode levar à perda total da visão. Por isso, tratar o problema com quem realmente entende do assunto faz toda a diferença para o sucesso do tratamento.

Ficou com alguma dúvida? Entre em contato conosco que iremos responder o mais breve possível.