Devido a sua seriedade, esta é uma pauta recorrente em nossos artigos, pois segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, atualmente no Brasil há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, que pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações em diferentes partes do corpo, inclusive os olhos.

Como os olhos são afetados pelo diabetes?

O diabetes pode desencadear diversas doenças oculares, também chamadas de doenças oculares diabéticas. São elas: glaucoma, catarata, retinopatia diabética, edema macular diabético (EMD) e até cegueira.

Se você é diabético, atenção! O edema macular é a principal causa de cegueira em pessoas economicamente ativas, mais do que a catarata e o glaucoma. Depois de 20 anos com diabetes cerca de 90% dos pacientes com o Tipo 1 e 60% como tipo II desenvolvem retinopatia diabética.

Doenças oculares diabéticas:

Glaucoma

Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma (segundo o Ministério da Saúde), que é a pressão elevada nos olhos. O tempo de doença também aumenta o risco.

A pressão elevada torna a drenagem do humor aquoso mais lenta, ele é o líquido incolor responsável pelas funções são nutrir a córnea e o cristalino, regulando a pressão interna do olho. Quando ocorre a falha na drenagem, há compressão dos vasos sanguíneos que transportam sangue para a retina e o nervo óptico, causando o aumento da pressão intraocular.

Catarata

Pessoas com diabetes têm 60% mais chance de desenvolver a catarata, de acordo com o Ministério da Saúde. A doença acontece quando a lente clara do olho, o cristalino, fica opaca, bloqueando a luz.

Comumente portadores de diabetes desenvolvem a catarata mais cedo, tendo também uma progressão mais rápida.

Retinopatia

Retinopatia diabética é um termo genérico que designa todas os problemas de retina causados pelo diabetes. Há dois tipos mais comuns: não-proliferativo e proliferativo.

O mais comum é o tipo não-proliferativo, quando os capilares (pequenos vasos sanguíneos) na parte de trás do olho incham e formam bolsas. Ocorre em três estágios – leve, moderado e grave – de acordo com a progressão de bloqueio dos vasos sanguíneos.

Depois de algum tempo, a retinopatia pode progredir para um tipo mais sério, o proliferativo. Ela ocorre quando os vasos sanguíneos ficam totalmente obstruídos e não levam mais oxigênio à retina. Complicações podem causar hemorragia vítrea e descolamento da retina.

Níveis de glicose e pressão arterial elevados, o tempo de convivência com o diabetes e a influência genética são fatores de risco para retinopatia.

A retinopatia não-proliferativa é muito comum, principalmente entre as pessoas com diabetes Tipo 1, mas pode afetar aqueles com Tipo 2 também. Conforme dados do Ministério da Saúde, cerca de uma em cada quatro pessoas com diabetes tem o problema em algum momento da vida.

Já a retinopatia proliferativa é pouco comum – afeta cerca de uma em cada 20 pessoas com diabetes.

Importante saber: Nem sempre a retinopatia apresenta sintomas. A retina pode estar seriamente danificada antes que o paciente perceba uma alteração na visão. Por isso, é necessário realizar consultas periódicas com seu oftalmologista de confiança, mesmo que esteja se sentindo bem.

Edema Macular Diabético (EMD)

Cerca de metade das pessoas com retinopatia diabética desenvolve também EMD. A principal causa de seu desenvolvimento são alterações estruturais nos vasos da retina causadas pela hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue). Em alguns casos, as paredes dos capilares podem perder o controle sobre a passagem de substâncias entre o sangue e a retina, o que causa extravasamento de sangue e plasma para dentro da mácula. Isso é o que chamamos de edema macular – a visão embaça e pode ser totalmente perdida.

É muito importante realizar o controle da taxa de glicemia, pois alguns problemas oculares não apresentam sinais e o portador de diabetes está mais propenso à cegueira, se não tratá-la corretamente.

Sendo portador do diabetes ou não, realize exames oftalmológicos regularmente. Doenças oculares diagnosticadas com antecedência podem ter bons prognósticos.

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